Muito se tem questionado o fato dos jovens, em geral, não se interessarem pela leitura de livros. Só leem quando obrigados por exercícios escolares. Nas suas horas livres preferem os celulares, tablets, jogos eletrônicos. Nenhuma crítica a este respeito pois vivemos numa nova época, na era digital, fascinante pelas novidades que vão surgindo a cada dia nos diferentes campos do conhecimento, nas novas abordagens e recursos na busca da informação.

Como podemos situar então o problema da leitura dos jovens dentro deste contexto de mudança? Antes de entrarmos no correspondente eletrônico do livro tradicional, o e-book, gostaria de levantar algumas questões relativas a leitura e suas motivações.

Fala-se muito do hábito de leitura, da importância de ser desenvolvido desde cedo, dos benefícios que a leitura traz para as pessoas, dos novos conhecimentos obtidos em termos literários, de escrita, de conhecimento de grandes obras.

Fala-se pouco do leitor, do que gostaria ler, quais são seus interesses, ou porque não gosta de ler, quais são seus motivos. Na maioria das vezes a ênfase está nos livros e não nas pessoas. Pesquisas e estudos realizados em diferentes países estão sendo direcionadas no sentido de conhecer o leitor e o não leitor, o que leem e o porquê não leem, o que buscam na leitura, as dificuldades materiais na obtenção do livro, a disponibilidade de tempo, locais adequados de silêncio, entre outros. Procuram saber por que um leitor gosta de um livro e rejeita outro. Parte-se do princípio que o importante ou determinante no ato de ler é o leitor.

O livro deve ser adequado as necessidades do leitor e não o contrário, imposta ao leitor.

Um aspecto interessante que se destaca entre os jovens é que consideram que a leitura de um livro é muito chata. Uma análise das causas nos mostra que estão se referindo à leitura impositiva. Os alunos são obrigados a ler obras clássicas ou parte delas para avaliações ou trabalhos escolares. Muitas vezes nem entendem direito o conteúdo, o significado, a beleza do texto.

Nada contra os currículos escolares e a necessidade e obrigatoriedade de se estudar a literatura, os grandes autores, os principais livros de cada época. O conhecimento de obras famosas da literatura universal pode ser importante para dar um conhecimento de grandes livros e autores da história da literatura nas diferentes épocas, dos diferentes estilos em diferentes épocas. Fazem parte da grade curricular.

Mas a pergunta que se torna necessária fazer é: será que contribui para a formação do hábito de leitura entre os jovens? Finalmente, gostaria de questionar a expressão “hábito de leitura”.

Hábito é uma ação repetitiva. Uma pessoa tem o hábito de sempre olhar se o fogão está desligado quando vai sair de casa. Outras de desligar a luz quando está com relâmpago. Outras pegam um livro quando vão dormir para o sono chegar logo.

Por que não pensar em uma leitura significativa? No gosto pela leitura, na leitura prazerosa? Quem sabe os jovens iam se interessar mais pela leitura? No livro impresso ou no e-book? Mas isto é uma outra história.

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